Gonzaga e a Inconfidência Mineira

contra o pretendido pelo Sr. Afonso Arinos de Melo Franco e por Joaquim Norberto de Souza. Preferimos aceitá-lo simplesmente como um grande lírico.

O fato de ter sido o seu nome posto como bandeira na mão de outros conjurados poderia contar com o seu assentimento tácito. Mas, muito mais aceitável é que isto se desse com a sua ignorância.

Isto fez pública a sua qualidade de inconfidente. Seus inimigos valeram-se disto e fizeram desabar sobre sua vida tranquila o desastre tremendo. Pagou ele por todos os prejuízos causados, quando ouvidor, à ganância inescrupulosa dos poderosos da capitania. Não o perdoaram homens como Brito Malheiro, Silvério dos Reis, Vasconcelos Parada, Corrêa, Pamplona e quantos ignoramos. Caíram sobre ele com ferocidade. Quem poderá dizer que não induziram os juízes a encarar Gonzaga como um elemento perigoso? Quem será capaz de duvidar de que, ao saírem de Lisboa, estivessem os julgadores advertidos contra ele pelo mesmo Martinho de Melo e Castro, que o recomendara pessimamente ao Visconde de Barbacena? A Alçada era um tribunal político, constituído para julgar um crime contra o Estado. Estava, pois, sujeita a todos os vícios e injunções a que estão semelhantes órgãos, encarregados de "expurgos" e quejandos. E Gonzaga, além de não ser bem visto pelo ministro Meio e Castro, possuía inimigos aqui e certamente na Corte, nos círculos políticos e fora deles, a trabalhar para a sua perda. Quanto não teriam clamado contra ele os "fieis vassalos"!

Ao chegarmos ao final deste nosso trabalho não tememos afirmar, certos de não laborarmos em equívoco,

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