que Gonzaga não foi efetivamente um conjurado. Muito ao contrário do escrito pelo Snr. Afonso Arinos de Melo Franco, ele não pode "ser, para nós e para a História, um dos elementos predominantes no movimento político da Inconfidência."
Para amedrontar os adversários da sua tese tão mal levantada, o escritor mineiro ergue maliciosamente o argumento que lembra os "métodos de conversão", tão, usados em certos países de, além-mar e que tanto horror lhe causam: "aqueles que procuram diminuir a significação de sua vida pública estão, no fundo, combatendo veladamente... o sentimento real da autonomia do espírito e da dignidade humana, o sentimento invencível da liberdade democrática". Vida pública, isto é, a participação do vate na Inconfidência. É difícil encontrar disparate tão grande! Que tem a ver o caso com as liberdades democráticas?!
O autor de "Preparação ao Nacionalismo" quer afirmar qualidades inexistentes em Gonzaga, com a utilização dos "agentes químicos da tradição, da legenda (ou leyenda, ou lenda) e do sentimento profundo da ternura popular". Mas, esquece-se o Snr. Afonso Arinos de que uma fotografia precisa de um fixador, para não apagar-se. No caso esse fixador se chama verdade histórica. Já se foram os tempos quando se escrevia a História com os dados colhidos tão somente na tradição oral. Hoje tudo precisa, para ter consistência, de documentação. Ninguém dá crédito ao "fio-de-barba" da ternura popular, para escrever a História, nestes tempos de estampilhas e firmas reconhecidas... Por isto é que se mantêm museus numerosos e arquivos colossais, com enormes bibliotecas, onde se vão buscar as provas, os "registros de nascimento"