Que assistiu a umas poucas reuniões, não há dúvida possível. Ele mesmo o confessa. Disse, porém, e várias vezes confirmado pelos outros depoentes, que não teve participação no levante. Alega que foi denunciado falsamente e por vingança, e parece que não mentia. Pelo menos não há, em todo o processo, bem examinado, o que lhe impute o papel de inconfidente".(5) Nota do Autor Cabe aqui uma ressalva. Gonzaga não confessou haver frequentado reunião alguma. Confirmou, tão só, haver falado sobre a possibilidade da independência da capitania, mas em "hipótese de potência não de ato", isto é, teoricamente. Mas, não disse haver frequentado reuniões sediciosas. Negou-o.
Outra opinião, que temos ao nosso alcance, é a de Mário Behring. Assim diz ele: "Há entre os historiadores dúvidas sôbre a co-participação de Gonzaga na Inconfidência; querem alguns que o fortuito concurso ele circunstâncias o houvesse envolvido nas malhas do inquerito, não escapando á suspeita Antônio Diniz da Cruz e Silva, juiz do processo, de, por ciumes literários, ter-lhe agravado a situação; mas o certo é que não podia fugir Gonzaga á responsabilidade que tanto lhe cabia quanto aos companheiros." Curiosa e quase extravagante, aquela suspeita atirada sobre os ombros de Cruz e Silva. Seriam ciúmes Eterários capazes de influir tanto no ânimo de um juiz?! Enfim, como a natureza humana é capaz das mais inesperadas arremetidas...
Joaquim Norberto de Souza, até o aparecimento da obra de Lúcio José dos Santos, foi o mais importante e acatado historiador da Inconfidência Mineira.