Regiões e paisagens do Brasil

é rarefeita, seu aspecto faz lembrar o do "cerrado"; nele aparecem o algodão arbóreo (Gossypium arboreum) e a piaçava (Attalea junifera). Entretanto, a montante de Codó, são as associações da carnaubeira (Copernicia cerifera) - os carnaubais, o elemento típico da paisagem, correspondendo aos terrenos mais baixos e, por isso mesmo, mais úmidos. Pelo contrário, a jusante de Codó, à proporção que a carnaubeira se vai tornando mais rara, surgem com frequência os característicos babaçuais, em que impera o coqueiro babaçu (Orbignia martiana), cuja quantidade chega a tornar-se impressionante na região de Coroatá. Sua presença pode ser notada desde o vale do Parnaíba; mas é inegável que, a partir da área de Codó, rio abaixo, passa o coqueiro babaçu a ser o elemento característico da paisagem, enfeitando com suas palmas os trechos mais elevados da planície e aparecendo em associações cada vez mais compactas. Na região de Rosário, passa a se tornar novamente menos frequente, cedendo lugar a matas ciliares, que acompanham as barrancas do rio; mas ele aparece ainda e sua presença pode ser observada até mesmo na ilha do Maranhão, já no município de São Luís.

Na área por nós percorrida, distinguem-se com perfeição as duas clássicas estações pluviométricas: o chamado inverno, época das chuvas, que corresponde aos meses do verão e do outono; e o chamado verão, época da seca, que coincide com os meses do inverno e da primavera. À proporção que se desce o vale, menos acentuadas são as diferenças entre uma e outra dessas estações; por outras palavras: a montante de Coroatá, a seca se torna cada vez maior, pois já se vai penetrando no regime "piauiense" das chuvas, com características cada vez mais próximas da semiaridez, que o sertão de SE do Piauí realmente conhece. Percorrendo o vale no mês de julho, só fomos assistir à queda das primeiras chuvas na região de Rosário, já em plena Baixada litorânea.

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