A "Colônia" de Itaquera. - Ao sul de Vila Carmosina, em Itaquera, localiza-se um centro de povoamento que merece referência à parte: é a chamada Colônia, que se estende pela bacia do rio Jacu, vence o divisor de águas e alcança o vale do Aricanduva superior, em terras que pertenceram à antiga Fazenda Caaguaçu.
Seu nome pode dar margem a interpretações errôneas, que desejamos desde logo esclarecer. Não se trata de um núcleo colonial, no sentido oficial e vulgar do termo; a Companhia Comercial, Pastoril e Agrícola adotou-o para acentuar-lhe o caráter rural, em oposição ao caráter urbano da Vila Carmosina. Dividida em mais de 600 lotes de terras a antiga gleba, há 25 anos inteiramente despovoada, processou-se o povoamento e começaram a surgir os primeiros sítios. Hoje, mais de dois terços daquelas terras acham-se efetivamente ocupados, sobretudo o vale superior do rio Jacu. Gente de diferentes nacionalidades - brasileiros, japoneses, alemães, russos, lituanos, checoslovacos, poloneses - ali se fixou.
Entretanto, basta percorrer a "Colônia" para sentir a predominância dos japoneses sobre quaisquer outras nacionalidades. Para lá encaminhados pelo Governo e, depois, espontaneamente, a partir de 1922, tais elementos constitem um núcleo de umas 800 a mil pessoas. Vivem em habitações geralmente modestas, construídas de tijolos ou de barrote, que se erguem no meio de culturas as mais variadas, ou ao lado de galpões em que se aglomeram galinhas Leghorn.
No ponto de vista econômico, a "Colônia" tem grande importância não só para a região de Itaquera como, principalmente, para a própria Capital paulista. Suas culturas podem ser classificadas como intensivas, embora reduzido seja o instrumental empregado. Nelas não existem canais de irrigação, nem a silhueta já nossa conhecida da "picota" ou "cegonha"; pratica-se a rega e os poços, por serem profundos, dispõem das manivelas ou