em Pernambuco, a morte do bravo líder Joaquim Nunes Machado e de tantos dos seus seguidores(*) Nota do Autor o então deputado Francisco de Sales Torres Homem tomou da pena e traçou as páginas vibrantes e devastadoras do seu Libelo do Povo. Não o assinou com o seu próprio nome, mas com o pseudônimo de Timandro. O panfleto era explosivo, revolucionário, escrito com um vigor de que não havia exemplo no meio tímido e inclinado mais às louvaminhas e às bajulações que aos ataques frontais, às invectivas diretas e sem peias. Malgrado as cautelas do pseudônimo, não faltou quem logo identificasse o autor, cuja pena corajosa já deixara traços bem vivos no jornalismo da Corte. Admiravam-no alguns, pelo rasgo de audácia. Insultavam-no muitos, candidatando-se às graças do poder.
As origens de Sales Torres Homem não são inteiramente esclarecidas pelos que se ocuparam de sua personalidade em estudos políticos ou livros de memórias. Ninguém melhor do que ele poderia parodiar o verso de Alfred de Vigny, — "J'ai fait illustre un nom qu'on m'a transmis sans gloire". Dizem uns que era oriundo de família modesta; dizem outros que era de origem humilde. Só o padre João Manuel de Carvalho disse meia verdade em suas Reminiscências sobre vultos e fatos do Império e da República: "era filho de uma preta quitandeira, que estacionava no