ignorantes, cruéis e depravados, um ou outro encontrareis sobre quem a posteridade possa repousar os olhos com satisfação. Na dinastia bragantina, porém, não há nenhum que esteja neste caso". E enumera: D. João IV, bastardo, inerte, pusilânime e incapaz; Afonso VI, a crápula revestida das insígnias de rei, forçado a abdicar por sua inaptidão e desenvolta imoralidade; Pedro II, moedeiro falso e responsável pelo execrando auto de fé em Coimbra, vendido aos interesses estrangeiros, lacaio da Inglaterra, a que entregara de mãos atadas a indústria nacional; D. João V, continuador da tirania do seu antecessor, libidinoso, cínico, profanador dos lugares sagrados com suas infames orgias; D. José I, fraco, ignorante, nulo; D. Maria I, uma pobre louca, restauradora de abusos passados; D. João VI, refalsado, suspeitoso, irresoluto, poltrão, beato sem fé e sem costumes; e, finalmente, D. Pedro I, em quem se refletia "a maior parte desses defeitos originais, não atenuados pela educação e antes corroborado pelo veneno depravador das Cortes". Quanto a este, acrescentava: "Imitou Luís XIV, fazendo do seu "eu" o Estado, sem imitar contudo o grande rei em outras coisas mais que o despotismo, o fausto, os favoritos, as concubinas". O jovem imperador D. Pedro II é acusado pelo libelista principalmente de complacência. Entregara-se, logo, aos inimigos da liberdade, aos inimigos da nacionalidade, aos velhos campeões do absolutismo e da recolonização. O nome de José Clemente Pereira — favorito dos dois imperadores — merece referências as mais cáusticas. Faz, do Império, retrato grandemente desfavorável: "Considere-se a lastimável posição da nossa pátria! Uma constituição nominal; direitos sem exercício, interesses sem satisfação, liberdade sem garantias, ministérios sem dogma e sem nacionalidade; um Senado vitalício e