"De asneiras sabichão, forte na intriga,
Formado na impostura, e descarado,
Mais que outro qualquer, audaz e ousado,
Quando fracos rivais morde e profliga.
Só querendo esconder fofa barriga
Esse Adônis gentil feito a machado
E de si mesmo sempre enamorado
Qual Narciso (segundo a história antiga),
Arrogando-se a ser grão-publicista
Quando apenas é forte papelão,
Mais curto inda de ideias que da vista,
Eis aqui dos Luzias o Alcorão,
Eis o Galo d'Aldeia (mas sem crista),
Eis o Homem, o Sales toleirão".
Foi também levantada contra o libelista a pecha de plagiário. Timandro deveria muitas das melhores páginas do famoso panfleto ao escritor francês, igualmente panfletário, Visconde de Cormenin, cujos Entretiens du village foram traduzidos para a nossa língua no século passado com o título de Colóquios aldeões. Alguns dos jornais conservadores, ou por estes estipendiados, fizeram traduções de panfletos de Cormenin, colocando algumas passagens em confronto com trechos de O Libelo do Povo. Taunay, nas suas Reminiscências, registra, aliás, uma opinião autorizada em tal sentido: "Do Timandro, afirmava o abalizado lente de São Paulo, João Theodoro: "As poucas páginas do Libelo do Povo, brutais e mal enxertadas, pertencem a Sales Torres Homem; tudo o mais a Cormenin". Entretanto, o próprio Taunay desmente uma increpação de plágio, também corrente, contra um dos discursos de Sales Homem, sobre a lei do ventre livre. Um malicioso