Para a da Guerra, entrou em junho de 1855 o general Luís Alves de Lima e Silva, futuro Duque de Caxias, que, no ano seguinte, com a morte do Marquês de Paraná, passaria a presidir o gabinete. A da Fazenda passou às mãos de Limpo de Abreu, e em breve interinidade, às do senador João Maurício Wanderley, futuro Barão de Cotegipe, desde 1855 ocupando em caráter efetivo a pasta da Marinha. Para a dos Estrangeiros, transferiu-se, desta, José Maria da Silva Paranhos, que, também, viria ainda a gerir, em caráter interino, a pasta da Marinha. Para Sales Torres Homem, a constituição desse gabinete, embora com predominância de conservadores, representou uma vitória dos pontos de vista que vinha sustentando, numa longa série de artigos que, então, publicava nas colunas do Correio Mercantil, com as iniciais de F.T.H. O rebelde do Libelo do Povo mudara singularmente de pensar e era, agora, o grande pregoeiro da conciliação dos partidos. Tais artigos demonstram que Sales Torres Homem possuía uma boa cultura geral. Sabia não só francês, mas inglês e latim e, mais do que isso, era versado em literatura, fazendo citações de Shakespeare e de Racine no original. Como sucedera no Libelo do Povo, uma das suas teclas favoritas era o combate à corrupção. Inclusive a corrupção que então campeava no próprio poder legislativo, — muito antes que Zacarias tivesse chamado a Câmara de confraria de pedintes... Eis como, a este propósito, se manifesta num dos artigos do Correio Mercantil:
"Quantas paixões cúpidas não têm os ministérios reacionários que satisfazer para acoroçoar a dedicação de suas maiorias artificiais! Em troco de um voto como se multiplicam as exigências de posições lucrativas e de distinções honoríficas para quem o dá, e para seus parentes, aderentes, e todos que o serviram na eleição! A