cordiais entre homens dos dois partidos que se degladiavam na arena parlamentar do Império, fez com que alguns conservadores se passassem para as fileiras liberais e com que alguns destes se transferissem para o campo oposto. Tal foi o caso de Sales Torres Homem, cuja carreira política pode ser assim configurada: primeira fase, revolucionária; segunda, coalicionista; terceira, conservadora... Essa violenta transformação, essa trajetória de um a outro polo, ele a fez no curto período de dez anos.
Como "conciliado" fora nomeado por Paraná para a direção do Tesouro Nacional, e, como neoconservador, quando Limpo de Abreu, já então Visconde de Abaeté e sem os pruridos liberais de outrora, organizou o gabinete de 1858, o deputado Francisco de Sales Torres Homem nele aparecia como o novo ministro da Fazenda. A imprensa liberal não o poupou e mesmo entre os conservadores houve algum desgosto.
O Libelo do Povo seria constantemente invocado, a cada passo dado à frente por Sales Torres Homem, em sua carreira política. Quando se deu o seu ingresso no ministério, em 1858, foi essa a arma preferida de seus adversários. Ninguém se lembrou de dizer que Abaeté, — quando era apenas Limpo de Abreu, — fora também um conspirador, um revolucionário, um inimigo da ordem pública, um desterrado que embarcara para a Europa na mesma fragata, a "Paraguaçu", em 1842, ao malograr a revolução liberal que estalara em Minas e em São Paulo! Timandro, porém, jamais seria poupado... Para a absolvição política de Sales Torres Homem muito contribuiu Nabuco de Araújo, que lhe tomou a defesa, naquela ocasião. Estava o padre Pinto de Campos deputado por Pernambuco, entre os que mais fustigaram o autor do contundente panfleto por querer aconchegar-se