— O senhor conselheiro do que se arrepende é de vir a lugares como este em que há pessoas que lhe fazem perguntas destas...
Contente com tal intervenção, Sales Torres Homem teria ajuntado:
— Muito bem, senhor Barros... Nunca perca o ensejo de dar uma boa resposta...
Artigos vitriólicos, morfinas irreverentes, apareceram por toda parte contra o terrível panfletário que, dez anos antes, anunciava a queda da monarquia e expunha perante a nação as fraquezas e a incapacidade dos soberanos da casa de Bragança.
Luís Gama, o poeta negro, famoso pela veia satírica, ao publicar as Primeiras Trovas Burlescas de Getulino, em 1861, quando era, ainda, um liberal radical, assim alvejou Sales Torres Homem:
"Se ardente campeão da liberdade,
Apregoa dos povos a igualdade,
Libelos escrevendo formidáveis,
Com frases de peçonha impenetráveis;
Já do Céu perscrutando alta eminência
Abandona os troféus da inteligência;
Ao som d'argent se curva, qual vilão,
O nome vende, a glória, a posição:
É que o sábio, no Brasil, só quer lambança,
Onde possa empantufar a larga pança!"
Não lhe pouparam as contradições os que lhe haviam aplaudido os rasgos de panfletário.
Entre os seus adversários mais aguerridos, ao tempo em que foi chamado a exercer o Ministério da Fazenda, distinguia-se D. Manuel de Assis Mascarenhas, para quem Torres Homem seria jejuno em matéria de