foram lembradas nos dialetos cariris. O yãthê, afinal, é uma língua que se poderia classificar de oclusiva por excelência, devido a uma espécie de glottal-stop muito semelhante ao "tempo fechado" do chinês, automaticamente incidente no grupo das línguas intermediárias entre as do tipo isolante e as do tipo aglutinante. Como já observou Pompeu Sobrinho(435)Nota do Autor, os dialetos cariris diferem pouco entre si, não sendo admissível que o yãthê fizesse exceção à regra. Todavia, o yãthê é uma língua avançada, tendo vários modos de formação do plural e adjetivos que flexionam ao concordarem com o substantivo - o que não se vê em numerosas outros idiomas ou dialetos indígenas.
2. - Embora os Fulniô tenham perdido, com todas as probabilidades, uma boa parcela de seus traços culturais mais representativos, alguns deles, não obstante, ainda podem ser surpreendidos. Dentre esses elementos representativos, que também fazem parte dos grupos phylum Macro-Gê, figuram o catre ou girau, a técnica de assar carne no espeto ou no moquém, o forno para cozer ovos, o aquecimento da água por intermédio de pedras encandecidas, as regras exogâmicas das sipes (-), a corrida ou festa dos toros (-), a habilidade na fabricação dos artefatos de palha e o gosto pelo mel e pela carne faisandé. Viu-se, igualmente, que as mulheres fulniôs ainda hoje guardam o costume de encostar a mão esquerda no rosto, quando dançam o toré, repetindo o secular rito dos Camacã. Estou inclinado, por isso, a ver nos Fulniô um ramo do phylum Macro-Gê, se bem que aprofundadamente influenciado pelos seus vizinhos
Nota. Nota do Autor