por esse serviço, um regime letal e absorvente tem levado os indígenas ao infanticídio, a fim de que os filhos não se tornem "escravos dos brancos". Assim vem sucedendo entre os Bororo, segundo o testemunho insuspeito de Guilherme Saake(452)Nota do Autor. Faz-se necessário, pois, um novo sistema político, que resolva mais inteligentemente a questão. O próprio método tradicional da escola primária está a merecer, por outro lado, uma reforma, parecendo que se deve adotar a lição preconizada por Ethel Emilia Wallis(453)Nota do Autor e por ela empregada na campanha de alfabetização dos ameríndios mexicanos. A frase de Kluckhohn - a antropologia é alguma coisa mais que manusear crânios - já se tornou proverbial. A antropologia (observa ainda o mencionado autor) põe o homem diante de um espelho, deixa-o ver-se a si próprio em sua infinita variedade e, afinal, proporciona bases científicas para expressar o importante dilema do mundo contemporâneo, ou seja, como podem viver, pacificamente juntos, povos de tão distintos costumes, aspectos e línguas.
O problema dos Fulniô, como se vê, justifica todo esforço e veio corroborar a frase de Carlos Estevão de Oliveira, talvez exagerada, mas impressionante, isto é, de que não há, no momento, outro estudo de maior interesse para a etnografia brasileira.
Os Fulniô são os nossos últimos tapuias.