que entraram na sua formação. Nas raízes fenícias e semitas do seu povo encontrar-se-ia, para alguns, a explicação daqueles pendores. Durante a dominação muçulmana muitos portugueses se habituaram a navegar, a percorrer terras estranhas e a tratar com outras gentes, adquirindo ao mesmo tempo o gosto por certas mercadorias orientais que os estimularia, depois, à procura do caminho marítimo das Índias.(3) Nota do Autor Antônio Sérgio, para quem, ao invés de monarquia agrária, Portugal fora desde o princípio uma nação de mercantes e pescadores, atribui a expansão marítima à necessidade da procura no exterior de produtos essenciais que a natureza dos terrenos e o regime climático não permitiam fossem obtidos no país; ao contrário, as únicas coisas que a natureza lhes oferecia espontaneamente eram exatamente o sal marinho e o peixe que abundava nas suas costas e enseadas, artigos cuja exploração os impelia ao mar e era facilitada pelo mesmo clima. Por isso "na Idade Média, os tabuleiros das salinas e as embarcações da pesca foram as casas da moeda" do seu povo.(4) Nota do Autor Porque, por essa condição agroclímica ingratíssima ou por erro político, não produzia o que necessitava, não tinha Portugal outro caminho senão lançar-se à competição mercantil mar em fora. Agrários ou simplesmente mercantis os seus começos, o certo é que já exportara numerosos produtos agrícolas, - azeite de oliva, mel, vinho, frutas secas e frescas, couros,