Povoamento da cidade do Salvador

"Pena é aquele doutíssimo Jóvio não tivesse considerado tudo isto, e também o que os nossos praticam na Etiópia, onde mercê de seus esforços, o poderosíssimo Rei do Congo se converteu à nossa santa fé com todo o seu reino, que abraça três mil milhas de comprido, por duas mil de largura, e cada dia mais se afervora nela. Pena é também não tivesse conhecimento como pudemos pregar a religião de Cristo em todos os reinos da Guiné e Costa de África - que tantos são - quase até aos montes da Lua, e nos reinos de Sofala, Benamataxe, Moçambique, Quiloa, Moçamba e Melinde e outros mais e na vastíssima costa austral do Brasil, onde atualmente nos temos estabelecido em muitas colônias. Muitos desses reinos só os nossos missionários puderam converter às verdades da religião. E também, com nossos exércitos e armadas - com grandes dispêndios - pudemos levar à corte de Roma, a salvamento, os embaixadores do poderosíssimo Preste João, Imperador da Etiópia, que vieram trazer ao soberano Pontífice, como primeiro Bispo, as mensagens de seu Príncipe e prestar obediência dos seus súditos à Igreja Católica".

Estende-se ainda sobre as atividades missionárias pelos recantos mais escondidos da Ásia, e resume:

"e por nós, das colunas de Hércules à China e aos Léquios, todos conhecem a Lei de Cristo, falam dela em toda a parte, até em lugares públicos, dedicam-se mesmo santuários e templos em louvor da religião cristã".(17) Nota do Autor

A união pessoal e perpétua do grão-mestrado da Ordem de Cristo à coroa, por força da bula Eximiae vestrae devotionis, que o rei D. João I conseguiu de Bonifácio IX em 1481, não trazia, a rigor, nenhuma inovação a Portugal, antes ratificava o seu papel na propagação

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