Povoamento da cidade do Salvador

nos primeiros 30 anos do reinado de D. João III, não menos de 32 naus se tinham perdido. Nos anos de 1590 a 92, tendo partido da Índia 17 naus, dois galeões, uma caravela e dois navios novos, dessas 20 embarcações só chegam a Lisboa as duas menores, "S. Cristóvão" e "S. Pantaleão", por virem descarregadas; de 1606 a 1608, de 33 naus voltam somente três; mais tarde, de 59 regressam apenas cinco. Esses desastres deviam-se à grandeza excessiva das naus, fabricadas de madeiras verdes e podres; as embarcações, além de pesadas e mal armadas, traziam carga demasiada e mal arrumada, e eram tripuladas por marinhagem incapaz. A falta de tripulações era uma das consequências de tantos males, obrigando a coroa a permitir a admissão de numerosos estrangeiros nas guarnições dos navios e das praças fortes, especialmente como bombardeiros e artilheiros. Mesmo para o Brasil vieram muitos desses mercenários.(49) Nota do Autor

Por esse conjunto de infelizes circunstâncias, Portugal não dispunha, no começo do séc. XVI, de mais de 331 mil homens válidos para manter a máquina do Estado, a lavoura, a indústria, a pesca, a milícia e as empresas marítimas.(50) Nota do Autor O desequilíbrio entre o número de mulheres, que ficavam no reino em situação de miséria, e de homens que saíam e morriam, concorria com outros fatores morais para a desordem dos costumes: a mancebia e a prostituição eram

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