gerais.(51) Nota do Autor No começo do seiscentos, 20 mil mulheres brancas e pretas, muitas das quais mendigas, perambulavam pelas ruas de Lisboa vendendo água, peixe, frutas, e inventando letrilhas que cantavam para o povo; a orfandade e o abandono eram um dos efeitos mais comuns da miséria e da depravação reinantes.(52) Nota do Autor
Por ocasião da jornada de África, em 1578, o rei D. Sebastião apenas conseguiu recrutar no reino nove mil soldados bisonhos, "bandos de gente miserável e perdida", diz Oliveira Martins; para completar o efetivo de cerca de 20 mil homens com que iria partir em uma armada de nada menos de 800 velas para a cruzada contra o mouro, necessitou mandar vir três mil alemães, três mil castelhanos, 500 fidalgos de Castela com sua peonagem e criados, e 900 italianos do papa; o terço dos aventureiros, formou-o com um magote de fidalgos empobrecidos. No desastre de Alcácer-Quibir perdeu-se toda essa gente: sete a oito mil morreram em combate, uns 18 mil ficaram prisioneiros e muitos jamais regressaram. A gente mais sadia e capaz sacrificou-se na batalha famosa, em que Portugal fez o seu último grande esforço para defender a civilização cristã das investidas muçulmanas.(53) Nota do Autor Dois anos depois, na resenha que então se fez, a população não ia a um milhão e, excluída a nobreza e a gente que podia servir a cavalo, dizimadas na campanha de Tânger, não se contavam mais de 18 mil homens entre 18 e 50 anos de idade.(54) Nota do Autor
O decréscimo da população, depois que passou a febre das descobertas e das conquistas, e os homens de