Povoamento da cidade do Salvador

soberano até D. Manoel não mostra ter aumentado muito, para começar a declinar sensivelmente até o último dos Felipes (1640); na segunda metade do século seguinte, esse declínio ainda não cessara. O decréscimo populacional coincide justamente com os descobrimentos e as conquistas, que foram uma de suas causas. No primeiro daqueles períodos, apesar da guerra, dos terremotos e pestes, fizeram crescer a população a política tolerante dos reis, que acolhiam os estrangeiros e os vencidos, a segurança dos vassalos nas suas terras disseminadas pelo país, as associações de comércio, as preparações de pescarias dos municípios e os tributos em gêneros. Promovem o rápido declínio a multiplicação das guarnições de praças de guerra, a ausência de plano administrativo, a desproporção dos empreendimentos com os recursos nacionais, as riquezas adquiridas por conquista, sem relação com a agricultura e a indústria, a concorrência comercial de outras nações europeias que procuraram, depois de Portugal, um comércio mais útil e pacífico no Oriente, e por fim a batalha de Alcácer-Quibir. Dessarte, em 1580, quando a nação passou para o domínio espanhol, não tinha um milhão de habitantes, ao passo que nas ilhas e no Brasil a população ia em aumento. Essa decadência continua sob os espanhóis; a restauração provoca uma reação, com o estímulo ao trabalho e uma circulação de riquezas mais intensa, mas o descobrimento das minas de ouro no Brasil determinou de novo o descenso, menos pelo número de pessoas que imigravam em busca da fortuna fácil, do que pelo desemprego de milhares de homens, no reino, em virtude daquela passageira abundância. Soares de Barros, refutando a muitos autores estrangeiros, é de opinião que a emigração não fora a causa da decadência demográfica, argumentando que há muito tempo que Portugal não produzia o suficiente;

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