colônia, furtivamente embarcavam-se os que ao cheiro das minas queriam vir arriscar aqui as suas vidas; finalmente, a cruelíssima sangria que o Estado experimentava, era a que lhe dava a Inquisição, porque normalmente, com medo dela, saíam de Portugal com seus cabedais muitos dos chamados cristãos-novos, enquanto outros eram presos.(55) Nota do Autor Calcula Oliveira Martins que até 1732 a Inquisição havia penitenciado, no Reino, a 23 mil pessoas, 1.454 sendo queimadas, e nos cárceres morreu um número desconhecido.(56) Nota do Autor
Monografia que pode não ser completamente exata, por falta de elementos estatísticos rigorosos, que inexistiam à sua época, mas que se considera "verdadeira nos seus princípios, vigorosa em todos os seus raciocínios",(57) Nota do Autor é a Memória sobre a causa da diferente população de Portugal em diversos tempos da monarquia, que José Joaquim Soares de Barros escreveu no começo da segunda metade do séc. XVIII. Cientista de reputação larga, inclusive no estrangeiro, membro de várias Academias de Ciências, durante algum tempo secretário da embaixada lusa em Paris, Soares de Barros faz uma resenha das tendências da demografia portuguesa, tida como realmente escoimada de exageros e preconceitos. Nessa memória estabelece que a população de Portugal vai sempre sucessivamente crescendo desde a fundação do Reino até D. João I, que reinou de 1385 a 1433, como fundador da dinastia de Avis; do tempo desse