História do Brasil T5 - A República, 1956

o período áureo da aventura... "Se o encilhamento não tivesse vindo por si, devia a república inventá-lo..."(1) Nota do Autor

Graças a este conjunto de circunstâncias, a que a disciplina das forças armadas emprestou algum tempo o apoio essencial, a nação abandonou o velho sistema, adotou as novas instituições, e começou a comportar-se republicanamente sem as calamidades que lhe adviriam da transição, se não a presidisse, por toda parte, uma tolerância espontânea. O caráter brasileiro estava pintado nessa ênfase, nesse simbolismo, nessa timidez inconsequente, que tinha a vantagem de congraçar as classes, diluindo entretanto nas meias tintas de um cepticismo prematuro as esperanças doutrinárias daquilo... Os republicanos foram os primeiros decepcionados. Correu a frase, de que "não era a república dos nossos sonhos". Uns após outros se foram desligando da responsabilidade da ação, nas controvérsias que dividiram e, por fim, dissolveram o governo provisório: Aristides Lobo, Demetrio, Ruy, o próprio Deodoro. E foi preciso que troasse o canhão da revolta para que a luta definisse enfim os campos e desse ao regime titubeante o seu forte relevo(2) Nota do Autor.

A história dos três primeiros anos da república compreende a organização legal, a cisão, o choque das forças, cuja aglutinação pusera abaixo o trono, e cuja separação obedecia à ordem natural das cousas.

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