História do Brasil T5 - A República, 1956

Ferreira de Menezes, Leão Veloso, Patrocinio (fiel, até o último alento, ao seu ofício), Alcindo Guanabara. Com o sistema presidencial perdera a tribuna parlamentar a importância clássica, de palco das grandes cenas, quando a dominavam os expoentes dos partidos imperiais, com a autoridade, a destreza, a paixão. Alguns foram oradores medíocres. Mas a eficiência da palavra - que não o seu fulgor - os sagrou, na primeira linha da velha dialética. Sem esta vantagem, mas em verdade artistas do verbo, conquistaram no Congresso republicano copiosos aplausos homens do porte de Manuel Vitorino e Lopes Trovão, David Campista e Junqueira Aires, Barbosa Lima e Irineu Machado, Francisco Sá, Pedro Moacir, Gastão da Cunha, Epitácio Pessôa, para citar alguns. Modelo da frase grandiosa foi Ruy, em cujas orações políticas a pureza vernácula - recordando Vieira - resplandece com as mais variadas tintas do gênio literário.

Perde o teatro a ênfase do romantismo (Magalhães, Macedo, Alencar) e se adapta às realidades triviais (Martins Pena, sobretudo Artur Azevedo, França Junior), com a comédia de costumes, o assunto quotidiano, a pequena intriga, os fatos da sociedade.(1) Nota do Autor

Não escapavam as letras à insatisfação geral. O modernismo - preconizado tanto pela resistência ao estrangeiro como por sua imitação, resulta exatamente dessa intimidade, do cívico e do artístico, que cria as novas correntes estéticas(2), Nota do Autor contra a beleza convencional.

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