José Maria de Medeiros, Rafael Frederico, Pedro Alexandrino (mestre de "natureza morta"), Antonio Valle, Luiz Christophe, Pinto Bandeira, Rodolfo Chambelland, impressionista, Malagutti, simbolista, no limiar da "arte moderna", Carlos Osvald...
Podemos falar de regiões artísticas no país, hoje como outrora, menos como escolas (baiana, mineira, pernambucana, paranaense) do que, mais modestamente núcleos autônomos em formação, em que certos motivos locais distinguem, personalizam a pintura descritiva. É o caso da escola baiana (vinda, em 1877, com a de Belas Artes, fundada por Canízares, o velho Lopes Rodrigues) com Lopes Rodrigues moço, esse místico Presciliano Silva, mestre das sacristias penumbrosas, na macia calma dos "interiores" claustrais, Alberto Valença... Os mineiros (depois de Belmiro, Alberto Delpino, Honorio Esteves, Souza Viana) têm o gosto da simplicidade rústica, "da roça"; Alfredo Andersen cria no Paraná (De Bona, Lange de Morretes, Falce) o culto da paisagem orlada de serenos pinheiros; palpita o velho Recife nos desenhos de M. Bandeira... Multiplicam-se, com os cursos de belas-artes, essas colmeias de arte. Fora delas viceja a arte nova.
Ligam-se as formas revolucionárias de expressão, literárias e plásticas, num movimento comum de rebeldia a que preside o "espírito moderno" (Graça Aranha). Ao clássico em prosa corresponde o clássico na tela; e contra a frieza acadêmica investem os abstracionistas, já na Semana de S. Paulo, em 1922, Tarsila do Amaral, e Di Cavalcanti, Candido Portinari (inovador imprevisto e formidável, cuja evolução demonstra fértil virtuosismo, plantado em grande técnica), Roberto Burle Marx, tantos outros... Rompe-se o conflito dos estilos e bifurcam-se as exposições, conciliadas benevolamente pela imparcialidade do poder público, que conserva o consagrado, sem desprezar o novo.