História do Brasil T5 - A República, 1956

Escultores

A Chaves Pinheiro - discípulo de Ferrez - sucedem Rodolfo Bernardelli, Almeida Reis, autores de alguns dos melhores monumentos do Rio de Janeiro. Estudou aquele na Imperial Academia com Chaves Pinheiro e, nove anos em Roma, donde voltou estatuário, primoroso na dignidade de suas figuras, Pedro Alvares Cabral, Caxias, Osorio, Mauá, Ottoni, Alencar, Teixeira de Freitas, Rio Branco... A obra de Almeida Reis é magistral (bustos de Camões, Danton, Gonçalves Dias, a estátua do Progresso que encimava a fachada da Central do Brasil, o grupo A inveja e o gênio), tempestuosa e moça. A placidez de Bernardelli reproduz-se na escultura severa e harmoniosa de seu melhor discípulo, Corrêa Lima (monumento de Barroso, de Teixeira Soares, no Rio, do coronel Fernando Machado, em Florianopolis, o famoso grupo "mater dolorosa"). Autodidata, fez Eduardo de Sá um monumento imaginoso: o do marechal Floriano. Seguem-se Modestino Kanto, mais feliz no de Deodoro (a que não falta ímpeto romântico), Benevenuto Berna, Humberto Cozzo, Pinto de Matos, Antonio de Matos (monumento aos heróis da Laguna), Moreira Junior, os paranaenses João Turim (Semeador, em Curitiba) e Zaco Paraná, Leão Veloso (Tamandaré e Pinheiro Machado, altos relevos do ministério da Guerra)...

Torêuticos e imaginários, florescentes na época barroca, são, mais perto de nós, representantes tardios de uma escola extinta. O seu período encerrou-se com o ciclo da talha doirada; e se há mestres do ofício no século XIX (Padua e Castro), é porque as igrejas recentes ainda requeriam a decoração florida de antanho (S. Francisco de Paula, Sacramento, S. José).(1) Nota do Autor

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