Vida de D.Pedro I, o rei cavaleiro

achava que nada se devia fazer. O ministro português em Madrid, conde de Ega, traia. Carteava-se intimamente com Godoy. Ouviu-o mais que ao seu governo. A condessa seria a amante de Junot, pouco depois. D. Rodrigo de Souza Coutinho insistia, que se apelasse para o patriotismo da nação. Antonio de Araujo de Azevedo opunha-se à luta. Mas lutar, como? Não passava pela cabeça dos cortesãos tribulados que em piores circunstâncias vencera o povo, a monarquia vencera: não criam na soldadesca, no auxílio inglês, nas velhas fortalezas. Em conselho os estadistas advertiam - e preponderaram - que era melhor deixar o caminho aberto, desde a fronteira até Lisboa, para não irritar os invasores. Assentou-se que a família real abandonaria o reino, embarcando para o Brasil. O Brasil era o recurso extremo. Desde os tempos do prior do Crato, desde D. João IV, desde Pombal, a corte olhava a América como um possível refúgio, coberto de árvores de sombra, cheio de negros. Strangford, de novo dominador, afirmou que a transmigração urgia. D. João, debulhado em pranto, continuava a vacilar. Canning havia de lembrar: aconselhando a viagem, a Inglaterra se comprometeu, por uma convenção secreta então assinada, a não reconhecer nunca no trono de Portugal outra dinastia... Napoleão ordenara a Junot, que comandava um corpo de exército em Bayonna, a invasão de Portugal. Havia premência de decisão,

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