Na Planície Amazônica

glauca, pela mesma umbela gigantesca, pela mesma alcatifa de gramíneas, parecidas às entrevistas na primeira exploração, não havia dúvida, porém outras, evidentemente outras. Os sinais recolhidos nas derrotas anteriores, denunciando os contornos, os cabos, as reentrâncias, que determinavam os paralelos e os meridianos ao simples golpe de vista, antes mesmo dos instrumentos científicos, sumiam-se tragados na vingança e na volúpia dos deuses regionais. O resultado desses enganos tinha ponto no regresso desolado à pátria, quando não findava no encalhe, no naufrágio, no assalto do íncola, no suplício e na morte. A história do Amazonas, ensanguentada, trágica, movimentada na fábula, escreve-se com a tinta dramática, pitoresca de lances cômicos, sinistra de lutas épicas. Tudo devido à imensidade, aparentemente uniforme, porém repleta de contrastes. Logo no estuário, o equinócio do verão abre fundas antíteses com o equinócio do inverno. É que o regímen hidrográfico do ocidente da bacia, não de seis em seis horas, sim de seis em seis meses, desequilibra o efeito do sol cortando o Equador. Aumenta o volume das sizígias de março e reduz o das sizígias de setembro, ao risco da mesma trajetória da elíptica solar. Nos dias de outubro, quando o Amazonas escoa sensivelmente, o elemento salso e verde do oceano

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