fluviais, é no porto de Parintins, a 600 milhas do Atlântico. Mas na embocadura do vale aparece outro fenômeno: a pororoca, consequência das diferenças de nível entre o thalweg dos rios onde ela se exercita e o álveo onde esses mesmos rios deságuam. Provêm do vigor com que a corrente marítima nos novi e nos plenilúnios neles se precipita, sobretudo nos equinócios, enchendo-os rapidamente, em duas horas, quando para vazar leva dez. Os relevos do leito, com o ímpeto da onda montante, produzem vagalhões fortes de dois e três metros, que rebentam nos baixios e nas coroas, nos ressaltos das ravinas e nas saliências das orilhas, derrubando palhoças, alagando embarcações, esboroando barrancos. Entretanto é bom notar: só há pororoca nas cordas fluviais do estuário sujeitas à preamar e à baixa-mar da maré, nas conjunções lunares e jamais no Purus, como afirmam certos escritores de nomeada, que reproduzem há muito tempo e com a mesma solicitude de eternos copiadores os erros e até mesmo as verdades que se têm dito sobre este fenômeno e sobre estas paragens. Disto se deduz que a hidrografia amazônica parece se reger por duas forças. Uma, de ação astral, na entrada do vale; outra, de ação meteorológica, no fundo. A lua e o sol, conjugados, naquela. A chuva e o degelo, unidos, nesta. Na