História do Brasil T4 - O Império, 1947

em 21 e 22. Ingressa na família dos povos livres com a originalidade do seu sistema imperial, que escandaliza a América mas lhe afaga os sentimentos conservadores e cautos. D. Pedro I perde-se, porque não se separou convenientemente dos interesses europeus; D. Pedro II salva-se, porque os sobrepujou. A Regência exalta, prova, desgasta a vocação republicana das elites inspiradas pelo liberalismo de 1830. O segundo Reinado é uma bandeira de paz. Respiramos a atmosfera variável dos fatos estrangeiros. Flutuamos na sua onda ideológica. Refletimos o seu romantismo, o seu legitimismo, o seu socialismo. O que foi popular em 1822, na era da Santa Aliança, merecia agressão e vilipêndio em 1831, na era carbonária. O que foi a idolatria das ruas em 1832, delas fugia magoadamente em 1840. À euforia constitucional da monarquia de Luiz Filipe correspondeu o otimismo burguês da monarquia de D. Pedro II. Em 1848 estremece nos seus pilares o regime. Firma-se, honesto e sólido, em 1850. Está no apogeu em 53. É poderoso em 64. Identifica-se com a nação em 65. Sofre em 70 a grande prova das reformas que lhe sacodem a estrutura, remodelam o arcabouço, modificam a face e desorientam a marcha. O manifesto de 70 com a sua nota estridente de república à americana, trás nos ecos democráticos a mensagem universal. O Império, porém, não fica atrás do seu tempo. Põe-se à frente dele nas suas transformações prudentes ou ousadas; é tolerante, plástico, proteico; liberaliza-se com os ministros de índole revolucionária, conserva-se, retrai-se com os ministros de pulso reacionário e rijo. Afinal revolta-se contra si

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