História do Brasil T4 - O Império, 1947

mesmo, abandonando os velhos suportes; festeja a sua renúncia, com a apoteose de 13 de maio; e deixa-se levar pelos acontecimentos iluminado, no seu crepúsculo, pelo respeito das potências, pela confiança continental, pelo decoro político que preserva, na cena derradeira do regime. A República antecipara-se à monarquia com as reformas; antedatara-se na democracia eleitoral; apresentava-se como uma surpresa pacífica em 89 - evolutiva, acomodatícia, fácil. O Império encerrou dignamente o seu ciclo nacionalizante. Legava aos novos homens e às novas ideias um país acreditado, coeso, definido, indissolúvel, com a sua economia tímida, é verdade, com a sua difusa pobreza, o seu destino agrícola, os seus problemas apenas delineados, mas suficientemente robusto na posse convicta de sua alma. Não é a prosperidade das balanças comerciais que diz da pujança de uma nação. Nos momentos mais depressivos de sua vida mercantil, pode ela estourar de seiva jovem; e será inconquistável, se for consciente. A consciência completara-se com o Império. Se a história do Brasil pode confundir-se com a biografia do seu espírito, do espírito brasileiro original e inassimilável, temos de reconhecer que o adivinhou o século XVI, nas "origens", esboçou-o o XVII, na "formação", fixou-o o XVIII, na "organização", e o século XIX, com o "Império", lhe concluiu os traços vigorosos.

Este 4.° tomo da nossa história é o painel sumário dessa diferenciação fisionômica.

O método seguido é a breve síntese acompanhada das notas que atualizam a narração, e em que procuramos resumir as respectivas informações

História do Brasil T4 - O Império, 1947 - Página 11 - Thumb Visualização
Formato
Texto