Esta foi, na abalizada opinião de Robert C. Smith, a magnífica Exposição do Centenário de Capistrano de Abreu, que em vez de figurar num Catálogo como um importantíssimo instrumento bibliográfico para os seus contemporâneos e os seus pósteros, fulgiu por uns poucos dias e isso foi tudo.
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Em 1967, no volume Perspectivas da história brasileira, com uma "Introdução e ensaio bibliográfico", por E. Bradford Burns(2) Nota do Autor, foram incluídos nove ensaios, sendo três de José Honório Rodrigues.(3) Nota do Autor
Na Introdução, o Professor Burns escreve: "José Honório Rodrigues, o historiador contemporâneo que contribuiu mais que qualquer pessoa para o estudo da historiografia brasileira (...) também ressaltou [ao lado de Viana Moog] a necessidade de 'uma história interpretativa'" (p.2). A seu ver, "a variabilidade das opiniões interpretativas e a firmeza do texto, eis os dois polos do trabalho histórico. Mas, para distinguir as sombras e obscuridades, as teorias são indispensáveis" (p.2 e p.254 da Teoria da história do Brasil, 1ª ed., 1949).
Na nota introdutória ao primeiro ensaio de José Honório Rodrigues (1913-[1987]), o Professor Burns declara que a bibliografia do autor "é extensa e sua quantidade equivale à sua qualidade" (p.102). Enumera seus principais livros, fala da preocupação do historiador brasileiro com a historiografia e prossegue: "Ele escreveu mais que qualquer outro brasileiro - na verdade, possivelmente mais do que todos os outros brasileiros reunidos - sobre este assunto. É o autor de três dos nove ensaios incluídos neste livro, e senti a constante tentação de incluir outros ensaios seus. Estes, no entanto, serão mais que suficientes para demonstrar a profundidade e proeminência de sua contribuição ao estudo da historiografia brasileira".
Na nota introdutória ao segundo ensaio sobre a periodização da História Brasileira, o Professor Burns acentua que para melhor compreender-se a História é aconselhável dividi-la em períodos coerentes. Devo acentuar que J. H. R. tratou extensamente da periodização do ponto de vista teórico em seu livro Teoria da História do Brasil. O Professor Burns refere-se às várias tentativas de periodização da História do Brasil, discute-as e afirma que nenhuma delas foi tão convincente quanto a apresentada por João Capistrano de Abreu (p.114).
Na nota introdutória ao terceiro ensaio sobre "Capistrano de Abreu e a historiografia brasileira", o Professor Burns cita uma frase de J. H. R.,