filha de Jean Baptiste Gibert, livreiro, natural de Langres, e de sua mulher Dna. Marie Geneviève Raison, natural de La Brie. Dna. Antoinette nasceu em Paris, nas vésperas da revolução, no dia 22 de abril de 1785. Poucos anos depois, era a França inteiramente revolvida pela Grande Revolução. O cadafalso erguido recebia uma a uma as vítimas, todas imoladas à nova deusa que, triunfante, senhoreava o solo gaulês. Nobres e plebeus pagaram o seu tributo de sangue a essa deusa insaciável. Com cinco anos de idade, Dna. Antoinette fora uma das vítimas inocentes da liberdade. Seu pai, Mr. Gibert, que vivera a maior parte de sua vida, na sua escura livraria, lendo mais, talvez, do que vendendo os seus livros velhos e empoeirados, meditando sobre as obras de Voltaire, Montesquieu e Rousseau, e sonhando os mesmos sonhos de liberdade que, então, as inteligências cultas acalentavam, — sobrevindo a revolução em 1789, — levado pelas suas ideias políticas, morreu ao lado dos girondinos, quando esse partido caiu debaixo da ditadura de Marat.(2) Nota do Autor
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Depois do casamento, José Antônio se instalou em Paris, na casa n. 42, à rua des Postes, no bairro do Observatório. Com muito trabalho e sacrifício, conseguia sustentar sua casa e, ao mesmo tempo, continuar seus estudos na universidade. Para agravar ainda mais as despesas do estudante, logo um ano depois de casada, Dna. Antoinette dava à luz, no dia 4 de outubro de 1807, ao meio-dia em ponto, um herdeiro. No dia seguinte, às duas horas e meia, o Dr. José Antônio o registrou no cível, com o nome de Paulin Joseph, servindo de testemunhas o Dr. Paulino de Nola Oliveira e Souza, professor de Filosofia na Universidade de Coimbra, e Pierre François Coquard. E, no dia 9 de outubro, foi o menino