e aí, só com o prestígio de seu nome, conseguira lhe fosse entregue a cidade. A junta que, depois da revolução, governava a província, demitira o Dr. José Antônio do cargo que ocupava. Com a chegada do lorde, porém, foi imediatamente reintegrado no seu lugar, podendo satisfeito contar ao filho: "Je n'ai eu qu'à me louer du change, car je fus immediatement réintegré dans ma place."
Os primeiros anos que se seguiram à partida de Paulino foram, para o Maranhão, de revoluções. Paulino deixara São Luís em 1823 e, pouco depois, minava a anarquia por toda a província. Com a chegada de Cochrane, conseguiu-se, por algum tempo, aliás, restabelecer a calma. O lorde deixou a província pacificada, em 20 de novembro de 1823. No ano seguinte, tomou posse da presidência Miguel Inácio dos Santos Bruce, e, logo depois, contra ele, revoltou-se parte da população do Maranhão. O Dr. José Antônio dizia então: "Nous avons eu tant des désordres dans la province"; não as descrevia, porém, porque, como acrescentava em outra carta: "Ta Mamam... a fait un Bulletin de ce qui s'etait passé."
Nos seus boletins, Dna. Antoinette escreve a Paulino, de modo bem diferente. Senhora de educação esmerada, conhecendo a literatura de seu país natal, pintora e poetisa, e, na educação sentimental e intelectual do filho, a principal orientadora. Vivendo num meio inteiramente estranho, consegue, pela impermeabilidade característica dos franceses, não se adaptar ao meio, e morre, depois de longos anos de vida em São Luís e no Rio de Janeiro, sem se habituar com o Brasil, ou, ao menos, aprender passavelmente o português. A educação de seus filhos torna-se, então, para ela, além de um dever, um consolo, pois junto deles encontra ocasião de mitigar as saudades de exilada, falando-lhes carinhosamente do seu doce país de França. O ambiente