A vida do Visconde do Uruguai (1807-1866) (Paulino Soares de Souza)

As relações que Paulino mantém em Coimbra são limitadas. Entre os estudantes, além de seu tio Bernardo Belisário Soares de Souza, ele se liga mais intimamente com Honório Hermeto Carneiro Leão e Sérgio Teixeira de Macedo. O único, porém, dos seus condiscípulos que, mesmo mais tarde, continuou a corresponder-se nos termos da antiga camaradagem, foi um português, chamado Lobo de Moura, que seguiria a carreira diplomática e, em 1859, seria agraciado, pelo rei de Portugal, com o título de Visconde.

A vida de Paulino tornou-se mais movimentada e social. O Dr. José Antônio deixara em Portugal vários amigos, com os quais ele manteve as mais estreitas relações. Do seu padrinho, o Dr. Paulino de Nola, soube captar a simpatia, e, em pouco tempo, tornou-se um amigo, embora seu pai o aconselhasse que, em política, fosse sempre reservado "envers tout le monde, meme envers ton Parrain, nous sommes dans un temps, où on ne doit se fier à personne." Mas a companhia que o jovem estudante procurava com mais frequência era a sociedade amável que se reunia na casa à rua São Bento, em Lisboa, de um ex-deputado à Constituinte de Lisboa, eleito pelo Rio de Janeiro, Luís Martins Bastos, compadre do Dr. José Antônio, e de quem Dna. Antoinette indagava se continuava "gras et gros." Aí Paulino encontrou o que lhe faltava, o carinho de um lar e a amizade. Nas férias que passou em Lisboa, e no último ano de estadia em Portugal, ia às segundas-feiras, à noite, à reunião em casa do ex-constituinte, agora estabelecido com banca de advocacia. Outras vezes, Paulino passava as férias em Figueira, onde a vida devia ser tão agradável quanto a de Lisboa, em nada parecida com as noites frias de Coimbra, à rua do Borralho n. 108, nas quais, ainda que o estudante fizesse por decifrar as intragáveis ordenações e as aulas de direito, só as recordações das partidas

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