históricos, não conseguem impressionar tanto quanto a análise que faz Uruguai das peças defeituosas da organização existente. Ele, sem as declamações então em moda, apoiando-se em documentação notável, descobre os pontos vulneráveis daquele mecanismo governamental, ainda possante é verdade, mas que, através de sua crítica, se nos afigura hoje, confeccionado de peças tiradas de outros, umas novas, outras enferrujadas e gastas, adaptadas, hábil e pacientemente, pelos estadistas do Império.
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O Visconde do Uruguai era então o estadista brasileiro que maior prestígio desfrutava no estrangeiro. Carlos Calvo, em 1862, solicitando vários documentos relativos às questões diplomáticas do Brasil, escrevia-lhe: "Hace muchos anos, i particularmente desde la hábil política desarrollada por V.E., que contribuyó tan poderosamente à dar en tierra con la tirania de Rósas, soi uno de los admiradores de sus grandes talentos i de su noble carácter. Desde entónces tambien hé tenido ocasion de conocer los sentimientos eminentemente americanos que le animan, i hé buscado con interes la ocasion que se me presenta, estimulado por mi honorable amigo el ilustrado Señor Pereira da Silva, de manifestar á V.E. la expresion de mi respeto i de mi alta estima."
Estas palavras, vindas de quem vieram, sensibilizaram profundamente o Visconde que as agradeceu em termos poucas vezes usados. Mas, na sua resposta a Carlos Calvo, ele, pela primeira vez, se refere à doença como se fosse o estado habitual em que vivia.
Meses depois, uma forte crise lhe abalou ainda mais a saúde; talvez uma hemorragia cerebral que o deixou