A vida do Visconde do Uruguai (1807-1866) (Paulino Soares de Souza)

Gavia; onde pode demorar-se todo o tempo que quizer, pois que só em 10bro. irei para la com a família, e ainda então teremos ambos commodos. Governe isso como cousa sua, sem cerimonia, sem reserva, por que então me offenderião." Mas já não fica por muito tempo no mesmo lugar. Volta para sua casa, no Caminho Novo de Botafogo; consegue comparecer, com certa regularidade, no Senado. No dia 21 de junho, assiste à última sessão. É ainda sobre o Rio da Prata a discussão do dia. Trata-se do processo contra o General Canabarro. Como tudo fora diferente em 1851! O mesmo General Canabarro, então Coronel, fora o comandante da 4.ª Divisão que entrara na República Oriental para a expulsão de Oribe. Hoje pretende-se fazer do velho militar o bode espiatório da imprevidência militar e falta de visão política de muita gente. E, no entanto, naquele mesmo recinto, dissera Uruguai, há nove anos com relação às questões do Brasil com o Paraguai: "Nas questões que se levantam entre as nações um dos elementos indispensaveis para a sua solução, além da justiça, é a convicção que tem a parte contratante de poder fazer efetivo o seu direito pelas armas, quando forem infrutíferos os outros meios para a realizar."

Poucos dias mais o Visconde do Uruguai sobreviveu: no domingo 15 de julho de 1866, à 1 hora da madrugada, morria aos 59 anos incompletos. Na tarde desse dia, frio e de céu enevoado, seguia pelas ruas da cidade, em direção ao Cemitério de São Francisco Xavier, o féretro que levava o corpo do Visconde do Uruguai. Na saída, o 1.° e 5.° batalhões da Guarda Nacional apresentam-lhe as continências devidas. Ao passar pelo Largo da Lapa, o 1.° batalhão de artilharia presta-lhe as últimas homenagens. O 1.° regimento de cavalaria, no trajeto, acompanha o féretro. Há 30 anos passados, um

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