História da História do Brasil, 1ª parte: Historiografia colonial

dita e não porque fosse acertada sua inclusão; eles pertencem a uma história dos viajantes; 2) porque nos séculos seguintes, embora ainda pobre, a historiografia já não precisa recorrer aos viajantes para oferecer-nos um produto mais apresentável; 3) porque, quando entrássemos no século XIX, a história dos viajantes constituiria um tomo separado, e ainda assim só faríamos repetir o que já fez Rodolfo Garcia na sua "História das Expedições Científicas no Brasil"(8). Nota do Autor

Foram estas as normas que nos guiaram, nos séculos XVI, XVII e XVIII, quando muitos documentos históricos se confundem com os historiográficos e é preciso muita atenção para impedir que uma historiografia não acabe se transformando numa história da documentação histórica. É possível, e até muito provável, que algumas vezes não tenhamos sabido respeitar os limites de separação e as águas das duas fontes se tenham misturado neste oceano historiográfico. No século XVIII e especialmente no XIX, o historiador não é mais um testemunho, uma vox viva interessada, que quer produzir efeitos imediatos; é uma voz noturna, que se manifesta com intenções mediatas e indiretas. A narrativa histórica, seja a crônica conjuntural, seja a história estrutural, é um produto final do empreendimento histórico de cada geração, e por isso serve também para esclarecer as opiniões das minorias intelectuais e para compreender os trabalhos e sacrifícios da gente brasileira.

Depois da divulgação de nossa primeira historiografia no México foi publicada a primeira Historiografia Portuguesa de Joaquim Veríssimo Serrão(9), Nota do Autor ampliada em A Historiografia Portuguesa em três volumes, o primeiro sobre os séculos XII a XVI, o segundo sobre o XVII, e o terceiro sobre o XVIII(10), Nota do Autor A. H. de Oliveira Marques preparou uma Antologia da Historiografia Portuguesa(11), Nota do Autor e a Academia Portuguesa da História promoveu um colóquio sobre A Historiografia Portuguesa anterior a Herculano(12). Nota do Autor

Na historiografia brasileira a única exceção, depois dos precursores citados, era a obra de Oliam José, Historiografia Mineira. Esboço(13). Nota do Autor Depois publicaram-se biografias de historiadores como a de Gilberto Freyre sobre Oliveira Lima, Don Quixote Gordo(14), Nota do Autor a de Maria de Lourdes Monaco Jannoti, João Francisco Lisboa: contribuição para o estudo da historiografia brasileira(15), Nota do Autor o estudo igualmente biográfico-historiográfico de Fernando da Cruz Gouvêa, Oliveira Lima - Uma biografia(16). Nota do Autor

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