de divergência com Jerônimo de Albuquerque, nomeado chefe, Diogo de Campos Moreno escreveu a crônica da "Jornada do Maranhão" de janeiro a março de 1615, durante a viagem empreendida do Maranhão a Lisboa, a fim de levar à Espanha a notícia da trégua dos franceses no Maranhão.
O relato do soldado e escritor é minucioso nas particularidades das providências governamentais, nos detalhes das dificuldades da luta, dos recursos econômicos e militares. As divergências entre os chefes, as acomodações com os índios, as sugestões de comando, a carestia da terra agreste, as críticas a Jerônimo de Albuquerque, as apostas sobre vitória e auxílio indígena, suas profecias, avisos, altercações e despeitos, os documentos oficiais franceses e portugueses dos primeiros e últimos contatos, as relações de índios e franceses, se reúnem numa narrativa viva, humana e real que, apesar de todas as ridicularias das divergências entre Campos Moreno e Jerônimo de Albuquerque, tornam esta relação um dos mais importantes documentos sobre a definitiva conquista do Maranhão e a expulsão dos franceses.
Bernardo Pereira de Berredo(16) Nota do Autor e Southey(17) Nota do Autor seguiram essa história da conquista do Maranhão dirigida por Jerônimo de Albuquerque sem reparar nos exageros ou ressentimentos com que Diogo de Campos Moreno procurou diminuir a glória de Albuquerque. Campos Moreno revelou, na verdade, certa inveja em relação a Jerônimo de Albuquerque, seu chefe na conquista, pois se julgava superior a este, não só por ter participado de campanhas famosas como pelo conhecimento do castelhano e do francês, o que lhe dava um certo ar de superioridade impaciente. Apesar da importância incontestável da Jornada de Campos Moreno, ela arranha em muitos passos a verdade histórica e por isso deve ser lida com certa precaução e comparada com os testemunhos de Manuel de Sousa e Frei Vicente, como queria Capistrano de Abreu(18). Nota do Autor
A Jornada do Maranhão primeiro publicada em Lisboa, em 1812(19), Nota do Autor foi reproduzida por Cândido Mendes de Almeida, em 1874(20), Nota do Autor e pelo Barão de Studart, em 1907(21), Nota do Autor Em todas essas edições o texto aparece bastante viciado, conforme notou Capistrano de Abreu(22). Nota do Autor
Atribui-se a Diogo de Campos Moreno a autoria da Razão do Estado do Brasil, obra que será examinada mais adiante.
Diogo de Campos Moreno, principal coautor da suspensão das hostilidades, partiu em janeiro de 1615 para a Espanha, para consulta às Cortes respectivas. Em junho desse ano voltava com Martim Soares Moreno