Se excluirmos a primeira fase, a do Encilhamento, em que o gênio de Rui Barbosa quis imprimir um impulso consciente à expansão fabril, todas as demais etapas ocorreram em consequência de fatores indiretos, ou seja, como resultado da busca de outros objetivos.
Assim, no período que vai do Encilhamento à Primeira Guerra Mundial, o progresso manufatureiro que se verifica decorre principalmente da política seguida pelos governos, os quais, procurando maiores receitas para o Tesouro, elevavam constantemente as tarifas alfandegárias de um modo geral que constituíam então a principal fonte de receita tributária, resultando daí alta dos produtos importados e dessa forma estímulo para a sua fabricação interna.
Com a Primeira Guerra Mundial nossas importações de artigos industrializados baixam bruscamente e tornava-se muito difícil seu fornecimento. Com isso, criaram-se condições objetivas para atender às necessidades nacionais com a produção interna que começava a crescer.
A Grande Depressão, reduzindo-nos a um quase confinamento dos negócios, pela semiparalisação do mercado internacional, colocou-nos na emergência de procurarmos com nossos próprios recursos os suprimentos que não podíamos adquirir fora.
A Segunda Guerra Mundial agrava esta situação, tornando mais difícil ainda as compras externas, o que fez com que as possibilidades materiais existentes se voltassem para a produção doméstica a fim de atender ao mercado interno em expansão. Dessa forma completava-se a primeira etapa de nossa industrialização, a da produção de bens de consumo imediato, preparando-nos para a fase posterior.
No segundo após-guerra dois fatores, principalmente, contribuíram para o nosso desenvolvimento industrial. O primeiro foi a taxa cambial baixa, que propiciou a aquisição de máquinas e equipamentos em condições vantajosas, reforçando assim nossos fatores de produção fabril. Logo em seguida, o estabelecimento da "licença prévia", isto é, medidas de controle quantitativo e de seletividade das importações que permitiam um bom resguardo contra a concorrência estrangeira às manufaturas nacionais. Estas providências, porém, como salientamos antes, não foram tomadas