porque o rigor histórico o exigia — recorremos, por vezes, aos fundos do Arquivo Geral de Simancas, cuja documentação não pode ser ignorada.
Ainda uma nota que cremos supérflua: tratando-se do Brasil filipino, preferimos respeitar a ordenação dos três monarcas de acordo com a sua realeza espanhola, não seguindo a tendência dos nossos manuais de história que os consideram, respectivamente, como Filipes I, II e III. Cremos, ao contrário, que nos quadros de uma história luso-espanhola, a Filipe II se deve a conquista de Portugal, em 1580, recaindo na realeza de Filipe IV o movimento português da Restauração. A não se respeitar esta enumeração, os erros históricos acabam por conduzir a imperdoáveis confusões.
Se não nos faltar a vida e a saúde nos anos mais próximos, talvez esta obra possa ser completada com O Brasil da Restauração, para o que já reunimos bastantes elementos nos Arquivos nacionais, o que permitirá alargar o quadro histórico de 1640 e ter em conta os sucessos da guerra contra a Holanda. Essa epopeia militar, que levou ao triunfo da Nova Lusitânia sobre o Brasil holandês que se erguera nas terras do Nordeste, bem merece um estudo autônomo nos moldes históricos em que o presente livro agora se concebe.
Sai esta obra graças ao alto patrocínio da Sociedade de Estudos Brasileiros D. Pedro II, que inspirou a sua feitura e a tornou materialmente possível. Não queremos, pois, deixar de homenagear o Embaixador Assis Chateaubriand, recentemente falecido, que foi presidente dessa sociedade, e os colaboradores que conosco mantiveram contato durante esse período de trabalho: o Dr. Carlos Rizzini e a memória dos Drs. Marcondes Filho e Ismael Ribeiro, que evocamos com profunda saudade. O nosso agradecimento estende-se ao Dr. José Pereira da Costa, diretor do Arquivo Nacional da Torre do Tombo; ao Dr. Armando de Gusmão, diretor da Biblioteca Pública de Évora; ao Dr. Joaquim Alberto Iria, diretor do Arquivo Histórico Ultramarino; e ao Dr. Bernardino de Lima Remédio, professor do Ensino Técnico, que procedeu, a nosso pedido, à transcrição de algumas fontes inéditas. Ainda uma palavra de grato apreço ao nosso amigo Dr. Fernando Castelo Branco; ao Dr. Manuel Tomás Nápoles de Magalhães Crespo, que nos facultou um seu estudo inédito sobre Diogo Botelho; e muito especialmente, ao Dr. Ruben Andresen Leitão, colaborador do Instituto de Estudos