CAPÍTULO I
O BRASIL SOB A REALEZA DE FILIPE II
Ainda o rei de Espanha se achava em Badajoz, aguardando a completa ocupação de Portugal pelas tropas do duque de Alba, quando recebeu, em 25 de setembro de 1580, uma "lembrança" para se enviar uma pessoa diligente às capitanias do Brasil e que ali desse notícia da subida ao trono do novo monarca (1) Nota do Autor.
Ignoramos o nome do autor do parecer. Se não foi Cristóvão de Moura, teria sido um nobre português, por igual afeito à causa dos Filipes, ainda que o documento venha assinado por Bartolomeu Fróis, secretário de Estado na época dos Governadores do reino (2) Nota do Autor. Propunha-se que o mensageiro a enviar às partes do Brasil fosse João Mendes de Vasconcellos, por ser colaço do senhor D. Duarte, da Casa de Bragança, e por possuir foro de fidalgo; por outro lado, pertencia ao número dos nobres portugueses que, desde o ano anterior, já abraçara a causa dos Filipes (3) Nota do Autor. Seria, no entanto, preferível — refere a "lembrança" — que o monarca expedisse uma cédula com o nome em branco, para que, não aceitando Vasconcellos a dita missão, outro pudesse ser nomeado em seu lugar.