Do Brasil filipino ao Brasil de 1640

prender os intrusos (1)Nota do Autor. Em 17 de abril corria em Lisboa, por cartas de homens de negócio do Porto, que um navio saído da Paraíba, em 17 de fevereiro, noticiara o bloqueio da cidade de Olinda por 55 naus holandesas. E ainda em 17 de abril chegou ao reino uma carta de Antônio de Albuquerque, capitão da Paraíba, avisando da grave situação que corria o Brasil (2)Nota do Autor.

Dois dias mais tarde, chegou a Lisboa um homem de mar, que saíra da mesma capitania em 19 de fevereiro, numa caravela de Álvaro Pires Palhano, vizinho de Atouguia da Baleia — com mais exatidão, do porto de Ferrol — e que noticiou que "a vila de Olinda era perdida e fora entrada pelos holandeses". Estes perfaziam 1.600 homens, que desembarcaram no Pau Amarelo, enquanto as naus flamengas, em número de 60, iam bombardeando a terra. E uma notícia idêntica chegava à capital, trazida por um mercador de Buarcos, de nome Fernão Gomes de Quadros. Era, com efeito, um triste presságio da perda de Olinda.

Aprestos de socorro no reino

Logo se reuniu o Conselho de Estado, na presença de D. Gonçalo Coutinho, Rui da Silva, Luís da Silva, D. Jerônimo Coutinho e dos condes de Castelo Novo, de S. João e de Santa Cruz, tendo analisado o texto das cartas de Antônio de Albuquerque (3)Nota do Autor. E pareceu a todos, não querendo aceitar, de ânimo leve, a triste notícia, que "este aviso não trazia toda a clareza necessaria para tirar duvidas". No entanto, os membros do Conselho foram unânimes em tomar rápidas medidas para que a ocupação holandesa do Brasil não se viesse a dar. E escreveram logo a Filipe IV para o informar dos rumores e de que convinha aos reinos de Espanha e de Portugal "não se forteficar o enimigo em nenhuma praça do Estado do Brasil" (4)Nota do Autor. Tomaram-se

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