Do Brasil filipino ao Brasil de 1640

Mas vencida a crise que a surpresa da notícia causara nos espíritos, impunha-se encontrar os meios humanos de a superar. Uma semana depois, já o monarca ordena que se enviem socorros a Pernambuco. Havendo falta de homens poder-se-ia mandar os degredados, que estavam em vésperas de seguir para aquele Estado, comutando-se-lhes o degredo para que pudessem servir à sua custa (9)Nota do Autor. Levantaram-se, porém, muitas dúvidas quanto a esta forma de obtenção de tropas, o que levou Filipe IV a declarar que tal meio apenas seria usado quando houvesse manifesta falta de gente, além da que fosse alistada (10)Nota do Autor.

E assim foram avisadas todas as Câmaras do reino de que deveriam contribuir para a organização da frota de socorro: conhece-se o texto da carta enviada à vila de Torres Vedras (11)Nota do Autor e que não variava, sem dúvida, em relação às outras cartas régias que se dirigiram às cidades e vilas do reino. Sabemos que o Porto acorreu com 30 mil cruzados (12)Nota do Autor e que a Câmara de Lisboa, invocando a exaustão das finanças locais, assentou em 11 de maio acudir-se a Pernambuco, com o socorro de seis anos que já estava oferecido para a Índia e que se devia agora aplicar ao Brasil, durante o tempo que os inimigos ficassem em Olinda (13) Nota do Autor.

O ataque holandês ameaçava não apenas Olinda, mas toda a região do nordeste. Em 8 de outubro de 1630 sabia-se em Lisboa que Pieter Bander escrevera a Matias de Albuquerque, ordenando que os moradores, eclesiásticos e civis, e os índios da capitania depusessem as armas sem perda de tempo; e se não o fizessem no prazo de quinze dias, a cidade de Olinda seria atacada sem piedade (13A)Nota do Autor.

Filipe IV estava ansioso em "deitar de Pernambuco os rebeldes e conservar o estado do Brasil", não deixando nas suas cartas, para Lisboa, de lembrar a urgência no envio de uma forte

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