importância dada aos voos, pediam esclarecimentos a Ferber sobre os aparelhos, pois haviam notado, pelas fotografias reproduzidas nos jornais americanos, serem diferentes dos seus, num ponto essencial: no modo de alçar o voo.
Enquanto procuravam saber, numa curiosidade incontida, como eram os aparelhos de Santos Dumont e Farman, cuja semelhança com o do aeronauta brasileiro era acentuada, os Wright evitavam que os seus voos fossem divulgados. Se, sobre voos públicos divulgados no mundo inteiro, eles pediam esclarecimentos a Ferber, que dizer da opinião dos franceses sobre os seus voos realizados às escondidas?
Os Wright, nessas duas cartas, revelam, igualmente, o seu desconhecimento e a sua estupefação diante do meio empregado por Santos Dumont e os franceses para se desprenderem do solo. E coisa espantosa: demonstrando ignorância sobre o sistema francês, dizem que a ascensão dos seus aparelhos era mais prática, isto com um pilone de 700 quilos!
Há um outro ponto importante a ser relembrado aqui, pois já foi acentuado noutro capítulo: é que, sabendo dessas realizações dos franceses (primeiro voo em aeroplano, de Santos Dumont, e o voo em círculo fechado de Farman), os Wright não tiveram uma palavra de protesto, que lhes garantisse, se não a prioridade, pelo menos a possibilidade de uma prova imediata, em que reivindicassem a glória do primeiro voo humano. Limitam-se, surpresos com as notícias, a escrever ao capitão Ferber, pedindo informações detalhadas sobre os feitos de Santos Dumont e Farman, e alegando que eles fariam melhor, se o contrato fosse concluído.
Diante dessas cartas, não pode haver dúvidas sobre este fato: os Wright sabiam das realizações de Santos