EMENDAR O OLHO DA FOICE - ajuntar, ou unir, o anel que forma o vão por onde penetra o cabo de madeira.
EMPANAR UMA FERRAMENTA - revestir de aço toda a ferramenta.
ENCARREGOS, s. m. pl. - encargos, gravames (tributos). (Citação no Traslado dos privilégios concedidos aos Familiares do Santo Ofício).
ENCERRAR, v. t. rei. - ato de fechar os bezerros no curral. Dicionaristas modernos apontam a presente acepção como de origem sulina, do Rio Grande do Sul. (Escreveu Pinheiro Pinto, em 1792: "assento dos bezerros que apanho nesta Fazenda do Campo Seco meus encerrei em 10 de abril era de 1792").
ENROLHAR, v. t. - variante popular de "arrolhar".
ESBARRAR, v. t. - parar subitamente o cavalo. Por extensão, empregou-se como sinonímia de parar, ou suspender, algum ato ou obra. (Escreveu Inocêncio Canguçu: "não posso concordar com V. S. em esbarrar com meu serviço").
ESPIGAS DE ARGOLAS - pequenos cravos que juntam as duas extremidades de uma argola de ferro. (Pinheiro Pinto escreveu: "espigens de argola").
ESPIGUILHA, s. f. - enfeite estreito de renda. Confeccionado em couro, servia para adorno de selas, mantas de montaria...
ESTREMADO, adj. - delimitado, demarcado.
ESTREMAS, s. f. pl. - limites de terras.
FACA DE CAPADEIRO - faca, ou navalha, própria para castrar animais.
FEIJÃO DE ARRANCA - (ou "feijão de arrancar") - tipo de feijoeiro ainda hoje cultivado no Nordeste. (Pinheiro Pinto escreveu: "feijão de arranca").
FEIJÃO DE CORDA - seria a variedade de feijoeiro atualmente denominada "feijão de frade", usada pela cozinha baiana no preparo do "acarajé".
FERRO GOIVO - goiva.
FORÇA, s. f. - "violência feita à mulher, para gozar dela", segundo A. Morais Silva. (Citação: "força de mulher", significando violência feita à mulher. In Traslado dos privilégios concedidos aos Familiares do Santo Ofício).
FOUVEIRO, adj. - castanho-claro. (Cor de cavalo). (Pinheiro Pinto escreveu: "foveiro").
FRASCO, s. m. - antiga medida de volume. Pinheiro Pinto usou-a para a aguardente. Corresponde a dois litros. Subdividia-se em "meio frasco" e em "um quarto de frasco".
FUNÇÃO, s. f. - festa com danças. (Pinheiro Pinto noticiou a realização de uma "foncão" em 1798, no Campo Seco).
FUSO DE FIAR - peça roliça de pau, grossa na base e afinando para a extremidade. Serve para torcer e enrolar o fio, nos trabalhos de fiação.
FUZIL DE SERRA BRAÇAL - pequeno arco de ferro que prende a serra à testeira. (Pinheiro Pinto escreveu: "fuzies de Serra braçal").
GADO SITUADO - gado colocado em terra ou pastagem delimitada, valendo com, ou pela pastagem. Empregava-se a expressão tanto para bovinos, como para equinos e muares. (Pinheiro Pinto escreveu, antes de 1820: "Cem cabeças Situadas", "Cem cabeças de gado Situado", e "doze bestas Situadas").
GANCHOS ÀS PORTAS - Seriam os ganchos que certos agentes de el-Rei e da Inquisição eram obrigados a ter pregados no batente da porta principal de suas moradias, para neles pendurarem, quando em casa, a vara simbólica e representativa do cargo exercido. Marcavam e assinalavam o indivíduo. El-Rei D. Sebastião autorizou os Oficiais e Familiares da Inquisição a prescindirem dos tais "ganchos às portas". (Citação no Traslado dos privilégios concedidos aos Familiares do Santo Ofício).
GANGA, s. f. - pano de algodão. Variedade forte, usada pelo povo na confecção de calças, principalmente. Era manufaturado na China (Nanquim), na Índia e também na Itália. (Pinheiro Pinto escreveu: "canga").
GANGUINETA, S. f. - um tipo de pano de ganga. De tom escuro. Era variedade do tecido de algodão.
GANZU (?) - tecido de linho, de cor parda. (Época: segunda metade do século XIX).
GORDA, adj. - prenhe. "Vacas gordas" significam "vacas prenhes".
HORAS DE ÁGUA - tempo estabelecido, e registrado em cartório, para o proprietário rural receber água do reservatório comum (açude, lagoa, riacho...). (Época: princípios do século XX).
INFORMA, s. f. - conhecimento. (Escreveu o juiz municipal de Caetité, em 1847: "anulo o processo e a parte queixosa se intime para informa").
IRMÃO INTEIRO - irmão por parte de pai e mãe.
IRMÃO PRESTANTE - antiga denominação do atual "irmão mesário", das Irmandades de Misericórdia do país.
JALECO, s. m. - casaco de homem, bem curto, não ultrapassando a cintura. Multo usado pela gente do povo, tanto em Portugal, como no Brasil, nos tempos antigos.
JUNTA, s. f. - reunião de bovinos para serem trabalhados pelos vaqueiros, isto é, para serem selecionados ou separados, fechados, curados...; o mesmo que "rodeio". (Época da citação: fins do século XVIII).
JUREMA, s. f. - beberagem enfeitiçada. (Pinheiro Pinto escreveu: "o negro da jorema". Citação na parte que trata do Couro).
LÃ, s. f. - algodão em rama. O presente significado persiste até os dias atuais, no Nordeste.
LAJEDO, s. m. - terreno coberto por blocos de pedra.
