PARCHE, s. m. - pedaço de pano fino, como o de tafetá, sobre o qual se estendia o unguento a ser aplicado sobre ferimentos e inflamações da pele.
PARTES, s. f. pl. - pessoas que entregavam animais de sua propriedade à guarda de um fazendeiro, a quem pagavam aluguel pelo pasto, e pelo trato. (Miguel Lourenço escreveu, em 1755: "Éguas de partes").
PARTILHA, s. f. - reunião do gado para dividi-lo e entregá-lo ao criador e também para atribuição das "sortes" que couberam ao mesmo, segundo prévia combinação. (Época da citação: fins do século XVIII e princípios do XIX).
PASSADOR, s. m. - indivíduo contratado para conduzir uma boiada. (Época: séculos XVIII e XIX).
PASSO LEGÍTIMO - andadura do cavalo que se assemelha à do cão. As patas traseiras pisam um palmo à frente das dianteiras. (Época: 1808).
PASSO PASSADO - andadura de cavalo. Seria o passo "passeiro"? Seria o "esquipado", quando o animal levanta, a um só tempo, pé e mão do mesmo lado? (Época: 1808. Expressão cuja repetição se encontrou apenas num artigo póstumo (Correio Paulistano, S. Paulo, n.º do mês de maio de 1958) do engenheiro baiano Samuel das Neves, e intitulado "Senhor de Engenho". Escreveu o articulista: o cavalo "devia serenar no passo passado e no legítimo e ter graça no esquipado").
PASSO PICADO - andadura de cavalo. Neste passo, as patas não ultrapassam as mãos do animal e, ao pisarem, como que repicam a batida. (Época: 1808).
PEÇUIR, v. t. - corruptela muito comum de "possuir".
PERDÃO DAS MORTAS - trato, ou ajuste, pelo qual o fazendeiro exime o vaqueiro de qualquer responsabilidade pecuniária pela morte de animais a este entregues para criação. O ajuste fazia-se tanto para bovinos, como para equinos e muares. (Escreveu Pinheiro Pinto, em 1706: "Partilhas que faz Bernardo José da Silva nesta Fazenda do Campo Seco com perdão de mortas geral das eras abaixo declaradas no meu gado...". E escreveu Miguel Lourenço, em 1755, sobre éguas que entregava ao criador: "e não fica obrigado a pagar mortas").
PEXE, s. m. - variante popular, e muito antiga, de "peixe".
PLECAÇÃO - ou ainda "APLECAÇÃO" - s. f. - corruptela de "pregação", ou sermão religioso.
POÇÕES, s. m. pl. - zonas de maior profundidade nas lagoas e riachos e mesmo nos rios.
PONTO DE QUEBRADO - determinado grau de consistência da calda de açúcar: quando, tirando-se uma colher da mesma - que está ao fogo - e deixando-se esfriar, se obtém amostra dura e quebradiça que, provada, trinca e se dissolve sem aderir aos dentes.
PORTADOS, S. m. pl. - portais; ombreiras de portas.
POTE DE JARDIM - vaso ornamental (?). (Época: duas primeiras décadas do século XIX).
PRATO, S. m. - antiga medida para cereais e outros gêneros, usada nos sertões nordestinos. Equivaleria a dois litros, mais ou menos. (Época da citação: duas primeiras décadas do século XIX).
PREGOS DE ENGELHA (?) - seriam pregos rugosos, semelhantes ao parafuso? (Época da citação: antes de 1820).
PREGOS RIPARAGEM - pregos para ripas. (Época da citação: antes de 1820).
PREGOS RIPANOS - pregos para ripas. (Época da citação: antes de 1820).
PREGOS SOALHEIROS - pregos para tábuas de assoalho. (Época da citação: antes de 1820).
PRINCIPAL, s. m. - capital de correntista. (Época da citação: antes de 1815).
PRÓPRIO, s. m. - mensageiro; portador; pessoa encarregada de transmitir recados, cartas, dinheiro...
QUARTA - ver "COARTA".
QUARTO - ver "COARTO".
QUEBRANTAMENTO, s. m. - violação. (Lê-se no Traslado dos privilégios concedidos aos Familiares do Santo Ofício: "quebrantamento de minhas cartas" e "quebrantamento de casa, ou de Igreja, ou mosteiro").
RABONA, s. f. - casaco de homem, de abas curtas, de grande uso no país, nos séculos passados.
RESTOLHO DE MILHO - restos da colheita, espigas menores que sobram da primeira apanha. (Época da citação: antes de 1820).
RETRANCA, s. f. - correia que passa pela parte traseira do animal, prendendo-se à sela pelos dois lados, para firmá-la.
ROBAERA, s. f. - corruptela de "roubalheira". (Pinheiro Pinto escreveu: "rropaera").
RODAQUE, s. m. - casacão comprido de homem, semelhante à sobrecasaca. De uso caseiro. Em voga no Brasil em fins do século XVIII e no XIX.
SAL DO REINO - o gênero importado e proveniente principalmente das salinas portuguesas e espanholas. Seu comércio foi de monopólio da Coroa. Chamava-se "sal da terra" ao gênero nativo, extraído no país.
SALOBRO, s. m. - terra úmida e salgada; barreiro. (Citação na parte que trata dos limites de propriedades rurais).
SEGURO, s. m. - salvo-conduto concedido por El-Rei; garantia dada por el-Rei. (Citações no Traslado dos privilégios concedidos aos Familiares do Santo Ofício).
SELO, s. m. - moeda espanhola de prata, que circulou no Brasil recarimbada de $480 para $600, e também para $040. Em princípios do século XIX (época da citação nos livros manuscritos do Campo Seco) dava-se, no Brasil, a denominação de "selo" ao dinheiro no valor de $480.