SENDEIRO, s. m. - cavalo de montaria; quartau robusto, mestiço, de estatura meã, acostumado a percorrer as antigas trilhas, ou sendas. (Época da citação: 1808).
SERRA BRAÇAL - grande serra de aço manejada por braços e que exigia o trabalho de dois serradores, um de cada lado.
SERRAGEM, s. f. - ação de serrar; serradura.
SIRGUEIRO, a. m. - alfaiate que trabalhava em seda e na confecção de chapéus; o mesmo que "serigueiro".
SITUADO - ver "GADO SITUADO".
SORTES, s. f. pl. - crias destinadas ao vaqueiro, como pagamento pelos serviços de pastoreio e criação. Geralmente o regime de "sortes" era ao quarto, isto é, de cada quatro crias, uma destinava-se ao vaqueiro. Mas no próprio Campo Seco houve o regime de "sortes" ao quarto, e também ao quinto.
SOVELAS, s. f. pl. - instrumentos de ferro ou de aço, de vários calibres, usados pelos sapateiros para furar a sola.
SPALMACETE, S. m. - corruptela do vocábulo "espermacete".
SURRÃO, s. m. - espécie de bruaca ou saco de couro, que serviu para o acondicionamento e transporte de sal. (Época da citação: fins do século XVIII e princípios do XIX).
SURRATE, s. m. - pano, possivelmente de algodão, proveniente da antiga feitoria portuguesa de Surrate, localizada na índia, perto de Bombaim. (Época da citação: antes de 1820).
TABUADO, s. m. - certa quantidade de tábuas de construção; o assoalho de madeira.
TAPAGEM, s. f. - barragem de terra, para represamento de água de rios, lagoas...
TERÇADO, s. m. - antiga arma branca, semelhante ao sabre, curta, recurva e larga. Atualmente, o vocábulo designa o "facão de mato", no linguajar nordestino. (Pinheiro Pinto escreveu: "traçado").
TIRAR, v. t. - atirar. (Lê-se no Traslado dos privilégios concedidos aos Familiares do Santo Ofício: "tirar com besta").
TOCALHA, s. f. - corruptela do vocábulo "tocaia".
TORA, s. f. - este antigo vocábulo, oriundo da gíria militar, em princípios do século XIX (época da citação) já significava grande tronco, cortado, de madeira.
TRAVA DE MÃO - haste de ferro usada pelos serradores. ' Possue pequenas cavidades onde penetram os dentes da serra, para sofrerem inclinação alternada. (Época da citação: antes de 1820).
TRINCHETE, s. m. - faca de sapateiro.
TRONCHAR, v. t. - marcar as crias bovinas na orelha.
UBIQUAÇÃO, s. f. - domínios. (Escreveu um missivista, em 1808: "...só para as partes da sua ubiquação ("ubicasão", no original) acharei" um cavalo).
VACAS DE ENTREGA - animais confiados ao vaqueiro, para que os crie, no regime de pagamento por "sortes". (Época da citação: século XVIII e princípios do XIX).
VAREJO, s. m. - revista policial. Nessa acepção usou-se o termo no Brasil (século XIX) e ainda se usa em Portugal. Atualmente, no Brasil, emprega-se como sinonímia de comércio a retalho.
VEREDA, s. f. - zona da caatinga onde se encontra água com certa facilidade, pois que fica entre as montanhas e os vales dos rios; zona da caatinga de terra fértil.
VERGAIS, s. m. pl. - correias que prendem o animal ao carro. (Escreveu Inocêncio Canguçu: "...Joaquim dos virgais").
VERRUMAS DE SOALHAR - verrumas que abrem orifícios nas tábuas de assoalho, para os pregos "soalheiros". (Pinheiro Pinto escreveu: "berrumas soalhar").
VÉSTIA, s. f. - espécie de colete, usado por baixo da casaca, do jaleco, etc. Chamava-se "véstia" uma peça da indumentária de couro dos vaqueiros nordestinos.
XELINS, s. m. pl. - corruptela de "selins", pequenas selas de montaria. (Época da citação: antes de 1820).