Deodoro: a espada contra o Império Tomo 1 – O aprendiz de feiticeiro (da Revolta Praieira ao Gabinete Ouro Preto)

Se punição houve, o rigor não deve ter sido excessivo, pois o mesmo historiador alagoano nos informa que, por decreto de 10 outubro de 1831, fora dispensado do comando das armas da Província de Alagoas Miguel Veloso da Silveira Nóbrega de Vasconcelos, sendo nomeado para substituí-lo Manuel Mendes da Fonseca. Estava reintegrado não apenas em seu posto militar, mas na própria confiança do governo.

Ao seu redor, crescia a prole, cujos varões seriam, sem exceção, destinados à carreira das armas. A 11 de setembro de 1824, um ano depois do casamento, nasce o primeiro filho: Hermes Ernesto da Fonseca. Daí por diante, a intervalos regulares, de dois em dois anos, surgem novos rebentos. A 8 de novembro de 1825, o segundo, Severiano Martins da Fonseca. A 5 de agosto de 1827, o terceiro, Manuel Deodoro da Fonseca. A 6 de junho de 1829, o quarto, Pedro Paulino. A 13 de agosto de 1831, o quinto, Hipólito Mendes da Fonseca. A 24 de junho de 1833, o sexto, Eduardo Emiliano. A 27 de maio de 1835, o sétimo, João Severiano. Só depois de sete varões, nasce a primeira filha, Emília Rosa, a 26 de fevereiro de 1837, e dois anos depois a segunda e última, Amélia Rosa, a 20 de março de 1839. Como uma exceção à regularidade dos dezoito primeiros anos, mais de um lustro depois vem ao mundo o décimo e último rebento do prolífico casal: Afonso Aurélio, a 13 de setembro de 1845. Quando lhe nasce o último filho, tinha ele 61 anos de idade e a esposa 43. Aquela regularidade que parecia programada segundo as prescrições de um ginecologista, aquele nascer de um filho cada dois anos, não se alterou senão devido a motivos de grande relevância e que influíram não apenas na vida conjugal de Manuel Mendes da Fonseca, mas na sua vida política e militar e, através destas, naquela.

Constituindo família nas Alagoas, prendendo-se à terra que era a de sua jovem esposa e passara a ser também a de seus filhos, Manuel Mendes da Fonseca foi tomando cada vez maior interesse pelos assuntos daquela província. Em breve, como tantos militares do seu tempo, começava a participar das lutas partidárias locais, formando nas hostes conservadoras. Foi eleito vereador na capital da província, que era, então, a cidade de Alagoas. Terminado o mandato

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