Deodoro: a espada contra o Império Tomo 1 – O aprendiz de feiticeiro (da Revolta Praieira ao Gabinete Ouro Preto)

republicanos, manifestando-se adeptas da Confederação do Equador. A quem caberia a missão de reduzir aqueles focos de rebelião contra o poder imperial? Ao capitão Manuel Mendes da Fonseca, pernambucano de nascimento, mas sempre imune aos movimentos de rebeldia do Recife, cumpridor do seu dever de soldado de D. Pedro I com a mesma devoção com que, em 1817, cumprira seu dever de soldado de D. João VI.

Enquanto Cochrane bloqueava o Recife com a esquadra imperial, o capitão Manuel Mendes da Fonseca formava entre os que, por terra, procuravam aniquilar os rebeldes. Tanto em São Miguel como em Anadia, enfrentou o capitão Fonseca vigoroso fogo dos confederados. Mas venceu ali a resistência dos rebeldes e submeteu as vilas alagoanas à autoridade do imperador.

De então por diante, até 1831, sua vida foi calma e sem incidentes. Nesse ano, a 7 de abril, dá-se a abdicação de Pedro I, em face de movimento armado que pretendia forçá-lo a destituir o ministério "corcunda"(*). Nota do Autor Quando a notícia chega a Alagoas, Manuel Mendes da Fonseca, que se batera pela independência e que, portanto, lutara para colocar no trono do Império o príncipe regente deixado no Brasil por D. João VI, não pode esconder o seu desgosto e a sua revolta. Começa a entabular negociações com o intuito de restaurar no trono o imperador renunciante.

Tal atitude provoca a reação dos membros da Sociedade Federal de Maceió, que contra ele representam. Manda o juiz ordinário daquela vila abrir devassa, na qual figuram como réus, além dele, o coronel Francisco Manuel Martins Ramos, o tenente José Dias da Costa e o alferes João Batista de Carvalho.

Diz Moreno Brandão, no seu "Esbôço da História de Alagoas": "Manuel Mendes da Fonseca teve um castigo de sua dedicação ao imperador destronado - a suspensão do comando que exercia no 11.° Batalhão, sendo em seguida pronunciado. Tal suspensão foi ordenada pelo conselho do governo". Não consta este incidente da fé de ofício do pai de Deodoro, existente nos arquivos do Ministério da Guerra.

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