Deodoro: a espada contra o Império Tomo 2 – O galo na torre (Do desterro em Mato Grosso à fundação da República)

Cartas de Rui Barbosa a Deodoro da Fonseca

Rascunho da carta de Rui Barbosa a Deodoro da Fonseca, convidando-o para padrinho de um de seus filhos(*):Nota do Autor

"Gabinete do Ministro da Fazenda Rio de Janeiro, 13 de maio de 1890.

Prezado am.° e chefe sr. Marechal

Os vossos benévolos sentimentos para comigo nestes seis meses de govêrno, através de tantas provações e dificuldades, têm excedido os limites da confiança política, penhorando o meu coração e o dos meus, e dando-vos direito, nesta pobre casa, a um lugar íntimo no lar da amizade.

Persuadidos de que não recusareis esta parte de afeição na nossa felicidade doméstica, eu e Maria Augusta vimos pôr-vos nos braços o filho que nos nasceu no berço da república, esperando que o glorioso chefe da revolução libertadora se dignará levar esta florzinha da alvorada republicana às águas do batismo cristão, onde o espírito religioso de minha mulher vai buscar para o inocente a bênção das esperanças do céu.

Aquêle que nunca se inclinou perante a coroa imperial seria incapaz de fazer da inocência de um anjo um mimo de cortesão ao chefe popular da democracia brasileira; mas sente-se soberbo em curvar-se às virtudes do grande patriota, e pedir-lhe que bafeje com um ósculo do parentesco d'alma este botão do futuro, acariciado pelos nossos sonhos.

Aguardando as vossas ordens, tenho a honra de confirmar-me Vosso amigo dedicadíssimo".

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