oposicionista, tanto mais que os diplomas dos dois republicanos ainda poderiam ser contestados. No artigo de 5 de setembro, via Rui em tal Câmara uma prova dos artifícios com que a intolerância das autoridades manipulara a eleição. Era uma anomalia, uma lesão fatal aos órgãos do sistema representativo, um perigo desastroso, uma perene ameaça à segurança do governo. E profetizava: "Todos os gabinetes que presidiram a eleições derramando sangue, espalhando vexames, liberalizando corrupção, para abafar a resistência oposicionista, foram, dentro em pouco tempo, braviamente acometidos e tragados pela insurreição das suas próprias criaturas. O nobre Visconde de Ouro Prêto procriou uma fera da mesma espécie. E felicita-se!" A 6 de setembro, de novo censurava Rui a prepotência política com que o gabinete Ouro Prêto presidira às eleições. Dissera antes que o Sr. Afonso Celso se sentara em cima do Império, e o esmagava! Agora, dizia: "Câmaras que nascem livremente da opinião nacional, são castelos inexpugnáveis, para os governos que nelas se apoiam. Câmaras criadas artificialmente pelos ministros, à custa da moeda múltipla dos favores do poder e das pressões que ele exerce, são conjuntos de dificuldades e perigos, onde os governos não podem aventurar o passo senão apalpando o terreno solapado pelas dissidências do interesse particular, pelas conspirações do descontentamento, pelos despeitos da rivalidade, pelos cálculos da ambição traiçoeira". E asseverava que, com a recente eleição, "a falsificação do sistema constitucional toca as proporções do escândalo palpável".
Onde todos, - conservadores, liberais dissidentes e, principalmente republicanos, - veem uma prova clara da falsificação das eleições é na circunstância de surgir Carlos de Laet, redator-chefe do jornal de Ouro Prêto, eleito deputado geral simultaneamente pela Paraíba e por Mato Grosso.