armas da Província da Bahia(*).Nota do Autor Era esse sobrinho também republicano, ligado a um clube secreto, constituído só de jovens militares. Eles se alternavam, junto ao enfermo, para dar ajuda à tia, e às vezes coincidia lá se acharem os dois ao mesmo tempo.
Não tendo filhos, o marechal adorava os sobrinhos e poderiam ambos exercer sobre ele alguma pressão, como a exerceram, de fato, para que, contra os conselhos médicos, recebesse, mais uma vez, o capitão Mena Barreto. Este se apresentou, não sozinho, mas acompanhado de outro camarada, o primeiro-tenente Sebastião Bandeira, do 1.° Batalhão de Cavalaria, sediado na Corte.
A conversa, a princípio, foi apenas um monólogo. Um longo monólogo do capitão Mena Barreto, pois que Deodoro se limitava a ouvir. Insistente, martelante, o capitão vindo do Rio Grande do Sul traçava um quadro assustador, de cores carregadas e sinistras, segundo o qual o Exército, que fizera nos campos do Paraguai, bravamente, os maiores sacrifícios de sangue, seria ultrajado, atingido pelas piores humilhações por parte do gabinete de Ouro Preto, se esse imprudente homem de Estado não encontrasse uma oposição tenaz e fulminante, capaz de alijar desde logo a influência nefasta que exercia sobre a coroa.
Era preciso que Deodoro agisse. Podia estar certo de que encontraria a grande maioria do Exército a seu lado. Era o homem necessário. Repetia os boatos alarmistas, de redução paulatina dos efetivos das forças de terra, de sorte a apoiar-se o governo na Guarda Nacional, na Guarda Cívica e na Marinha de Guerra, que era, por tradição, mais ligada ao trono, mais monarquista do que o Exército. Tudo aquilo, fosse verdade, fosse simples rumor das ruas e dos quartéis, ia inflamando Deodoro. Fazia-lhe mal, agravava o seu estado, tornava-o colérico.
Erguendo-se com esforço, Deodoro exclama, a respiração difícil:
- Não! Não consentirei nisso! Voltará o 31! Teremos um novo 7 de abril! Irei ao Parlamento responsabilizar o